quarta-feira, 15 de junho de 2011

As três fases da arte - Da obra artesanal a obra eletro- eletrônica.

Durante o século vinte, o mundo vivera uma experiência que mudaria a vida todos daquela geração. Estamos falando exatamente do período que vai de 1939 a 1945, conhecido como Segunda Guerra Mundial.
Envolvendo todas as potências do mundo, em todos os cenários sociais era clara a presença desse novo olhar da sociedade, sobre as questões a sua volta. Tendo enorme influência nos sete campos de manifestação artística, ainda era nítida a influência e a necessidade dos artistas de demonstrarem suas opiniões, sentimentos e pensamentos sobre aquele período.
Na literatura; vemos dois movimentos andarem lado a lado, o Construtivismo e o Concretismo, personificados por Haroldo Campos, Umberto Eco (“Obra Aberta”, 1962), Noigrandes (grupo fundado por Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari), Ferreira Gullar dentre outros, onde os escritores questionavam a visão da ambigüidade e das semânticas plurilingües da mensagem estética, ou seja, dos inúmeros sentidos que a literatura pode e deve seguir.



Na pintura, vivenciamos um período chamado de Expressionismo, onde Jackson Pollock era um dos nomes de maior relevância da época. Pela sua forma inovadora de pintar, “o dripping” (o gotejamento), onde o artista deixava gotejar a tinta sobre a tela. Tendo sofrido influência do surrealismo, Pollock tinha uma forma mais abstrata e livre de trabalhar, isso porque, muitas vezes deixava a tela no chão e não usava pincéis para pintar.

No chão eu me sinto mais confortável. Eu me sinto mais próximo, mais uma parte da pintura, pois desta forma eu possa andar em torno dele, o trabalho em todos os quatro lados e literalmente estar na pintura. – J. Pollock.


Caminhando para a década sessenta, observa- se uma nova tendência da arte. A necessidade do artista de “ter” a Participação do Espectador contribui para o surgimento da arte pluridisciplinar, onde nem o artista nem o espectador estão presos as normatizações impostas, e a criação e recriação são bem vindas, aceitas e compartilhadas por todos. Nesse contexto, vale lembrar que o conceito de happenings passa a ser infinito, pois não há começo, meio e fim para a criatividade do espectador.
Motivados pelo desejo natural de todo artista de inovar e causar polêmicas, Max Bense  e Jasia Reichardt, organizam a primeira exposição com obras de arte criadas com a ajuda de recursos computacionais. 
Aceita por muitos, como por Philippe Quéau que diz “A iconografia computadorizada anuncia- se como uma nova ferramenta de expressão artística que dispões de um duplo campo de investigação formal e sinestésico.”, agora o conceito de autor-obra- espectador, antes visto e aceito, sugere novas remodelações e conceituações.
Com novas dimensões a serem exploradas no campo da arte computacional, as noções de interação, interatividade e multisensorialidade, passam a ser problema para a ordem de percepção visual e real em que as obras se apresentam.
Sendo assim, as obras de arte interativas apresentam inúmeras possibilidades para imprevistos, co-criações e possibilidades, dependendo somente da inteligência coletiva e das semânticas a serem objetivadas pelos artistas da comunicação.

Por Natália Carneiro

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